terça-feira, 14 de abril de 2015

"deixa lá filha..."

Como mãe de uma criança, as dúvidas são constantes. As mães de antigamente, "as nossas mães” pareciam não ter dúvidas na educação. A minha mãe teve 3 filhas, e não me lembro de ver hesitação na forma como nos educava. Parecia ser inato. Para mim, a mãe perfeita. Não era severa, antes compreensiva, mas com regras. Como qualquer mãe e pai, os meus queriam o melhor para nós. O meu pai era completamente “babado” pelas suas 3 miúdas. Não exigia, não discutia , não gritava,  era tolerante mas respeitado. Nos meus 39 anos em vida com o meu pai…apenas um “não” forte e decisivo para as 3 , numa algazarra constante à mesa. Devia ter uns 7, 8 anos. Bastava. Fazia-se respeitar.  Da minha mãe, havia e continua a haver um “deixa lá filha” quando as coisas se tornavam mais “azedas” na nossa adolescência ingénua. A minha mãe ditava as regras, cabia-nos cumprir. Assim o fizemos. Hoje partilhamos a cumplicidade entre filhas e mãe. Filhas que são mães e a mãe que para além de mãe é também avó.  Está sempre ali….há sempre “um deixa lá filha”. Hesitações? Dúvidas? Se as teve não as percebemos. Hoje, mãe de 42 anos tenho muitas! Muitas vezes me pergunto se estou a fazer o correto, por vezes erro outras tenho a mais profunda certeza que tomei atitude certa. Outras, percebo que errei e peço desculpa. A vida faz de avanços e retrocessos. De aprendizagens. Na educação do meu filho, opto, escolho, exijo, imponho as regras, cedo, erro, acerto…talvez. O futuro o dirá. Mas uma coisa tenho a certeza, tento…tento. Haverá espaço para exigir, para ditar as regras. Haverá espaço para que o meu filho exija também e que eu  “mãe” cumpra com o que me é exigido. Porque ser mãe também é isto. E haverá espaço para um “deixa lá filho”. 

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